sexta-feira, junho 13, 2008

No lago mais alto do mundo

Não estava bem quando acordei. Arrumei rapidamente as minhas coisas torcendo para que ficasse melhor ao decorrer do dia. Tomei café da manhã (mais um mate de coca para reforçar) e partimos para a nossa viagem de algumas horas até Copacabana, no Lago Titicaca.

Poderíamos ter comprado a passagem com a mulher de uma agência de turismo que operava no nosso hotel, mas preferimos tomar o ônibus por conta própria. Assim, chamamos um táxi (aquela velha história de negociar preços) e fomos até o cemitério. Isto mesmo, para o cemitério. Em La Paz, os ônibus que deixam a cidade rumo às outras cidades no mesmo departamento (equivalente aos Estados, no Brasil) saem do lado do cemitério.

Não sei se era porque não estava bem, ou porque era longe de fato, mas senti que o táxi deu uma volta imensa. Descemos bem perto do local onde ficam estacionados os ônibus. Atravessamos a rua e, logo em seguida, percebi que tínhamos sorte – um ônibus para Copacabana sairia em poucos minutos.

Já dentro do ônibus comecei a perceber que começaria a melhorar. Se os problemas estomacais me atrapalharam a conhecer La Paz mais de perto, pelo menos serviu para que eu descansasse. Assim, pude ir acompanhando a viagem até Copacabana bem atento.

Depois de rodarmos um bom tempo em meio a uma bela paisagem de montanhas e planos, tive a primeira vista do lago. Por ser bem grande, a princípio não há diferença entre olhar o Titicaca e o mar. Só com o passar do tempo, quando você sente que o está contornando – impossível no caso do mar - é que se tem noção de ser de fato um lago.

Ao chegarmos a San Pablo de Tiquina, um pequeno povoado nas margens do lago, descemos todos do ônibus. Tínhamos que cruzar o Estreito de Tiquina, e faríamos isto de balsa. O ônibus cruzou por meio de uma balsa ‘própria’ para veículos grandes. Fiquei assustado ao observar o tamanho destas balsas – parecia um pequeno barco de pesca. Lembrei das nossas bagagens dentro do ônibus, mas logo me tranqüilizei: “Se sempre foi assim e nunca ocorreu nada...”, pensei.

A nossa balsa (a de passageiros) também era modesta, mas nada que preocupava. Para quem já tem alguma experiência de pescaria em grandes rios acharia super seguro. Tivemos que comprar um bilhete (não me lembro o preço), já que a travessia não estava inclusa no preço da viagem. Todos estávamos a bordo quando ocorreu um fato engraçado. Pouco segundo depois da partida, o motor do barco começou a falhar e párou. Era um daqueles motores de barco de pesca que você da a partida puxando uma corda. O rapaz boliviano bem que tentou (coitado!), mas não teve jeito. Percebeu que se dependêssemos daquele motor, permaneceríamos ali por muito tempo.

Assim, ele chamou um outro barco, que logo ficou lado a lado do nosso. Um por um, trocamos todos de balsa e seguimos viagem. Era, digamos, um barco mais bonitinho (rs). Desta vez o motor era bem melhor e, em menos de 15 minutos, já estávamos em San Pedro de Tiquina, outro povoado que ficava na outra margem do estreito.

Assim que saímos da balsa, percebi que havia um policial logo à frente. Ao nos aproximarmos, não exitou em pedir nossos passaportes. Viu que estava tudo em ordem, sorriu e nos deixou passar. Só depois fui lembrar das fraudes que aplicam a turistas, com falsos policiais, esquema que já expliquei anteriormente. Percebi que se fosse o caso, cairia direitinho.

Foi aí que lembrei também que, apesar de ser um país que não possui saída para o mar, a Bolívia mantém uma marinha para cuidar de seu lado do Lago Titicaca (lembrando que o lago é dividido entre Peru e Bolívia). Existe até uma campanha de reivindicação boliviana para que o país possa ter a sua própria ligação ao oceano. É claro, sem utilidade prática, apenas para constar.

Não demorou muito para que o nosso ônibus também chegasse de sua ‘viagem’ pelo Estreito de Tiquina e logo estávamos novamente na estrada. É interessante notar que naquela região o que não fica na margem do lago fica em cima de alguma montanha. A estrada para Copacabana, assim que deixa Tiquina, sobe uma montanha e segue no alto até a cidade, quando desce novamente rumo à margem. Quem ganha com isto é o viajando, que pode ver um cenário paradisíaco bem de cima.

Desde que avistei Copacabana pela primeira vez, notei que fora construída ao lado de uma península. Assim, a cidade conta com uma grande orla, muito parecida com a Copacabana carioca, mas em pequena escala (e menos bela). Aliás, não pesquisei sobre o assunto, mas a informação que tivemos é que a Copacabana do Rio de Janeiro tem este nome por causa da boliviana.

O Lago Titicaca é o mais alto do mundo, a 3.800 metros acima do nível do mar. Foi sem dúvida uma mudança muito agradável na nossa viagem, já que até então havíamos tido contato apenas com as montanhas andinas. Não sei se é coisa de goiano, mas estar ao lado de uma grande proporção de água mudou o nosso ânimo. Até os meus problemas de estômago foram minimizados. O estresse diminuiu. Senti que foi um lugar onde pudemos dar aquela “respirada” de todas as dificuldades enfrentadas, até então, nesta jornada.

Chegamos na hora do almoço, então logo procuramos um restaurante. Nem bem tinha melhorado, já fui logo pedindo o prato típico da região – trucha a la plancha (truta na tábua). Foi um dos melhores (se não o melhor) prato que comi em toda a viagem. Naquela situação, às margens do lago, ficou ainda mais saboroso.

O nosso hotel ficava, mais uma vez, na parte de cima da cidade. Foi um dos melhores hotéis/albergues que nos hospedamos ao longo do mês, lembrando que a sugestão foi de um dos brasileiros que conhecemos em La Paz. Na verdade ele ficava bem ao lado de um outro que eu tentei reservar - era mais bonito e luxuoso-, mas não havia mais vagas.

À tarde, saímos para conhecer a orla. Verdade seja dita, Copacabana é uma cidade bem suja. Infelizmente, já que o cenário é muito bonito. No entardecer, resolvemos dar uma de fotógrafos e lá ficamos sentados aos pés do lago até a noite. Obviamente ninguém se aventurou a tomar um banho, já que fazia muito frio.

De volta ao hotel, ligamos uma pequena televisão no nosso quarto (não sei o que fazia ali, já que não era para ter tv nos quartos) para acompanharmos a primeira partida da final da Libertadores, entre Grêmio e Boca Juniors. Só vimos o primeiro tempo, pois precisávamos sair para comer. Foi bom não demorar muito, já que a cidade dorme muito cedo. Vimos o final do jogo, e a grande derrota gremista, em um restaurante. Saindo de lá, pudemos assistir vários argentinos bêbados comemorando em um bar ao lado. Muito engraçado.

Nas subidas e descidas de Copacabana acabamos encontrando parte do grupo de brasileiros que conhecemos em La Paz. Reunimos todos e partimos para um barzinho meio alternativo. Interessante notar que poucas pessoas ficam na rua durante a noite. O frio faz com que todos os ‘desabrigados’ procurem os estabelecimentos com calefação, que é obrigatório em todos os lugares. Passamos a noite bebendo os mais estranhos drinks e conversando. Não até muito tarde, já que estávamos todos muito cansados e, de manhã, faríamos o passeio da Isla del Sol.

Na hora de voltar para o hotel, discutíamos se ainda teríamos um lugar para passar a noite. Isto porque a mulher nos avisou que o hotel fechava às dez da noite e que tínhamos que voltar até este horário. É claro que não obedecemos, e voltamos quase à meia-noite. A primeira vez que batemos na porta, ninguém respondeu. Tensão. Na segunda, abriu um boliviano com cara de quem acabara de acordar e, muito simpático, nos deu um sorriso enquanto pedia para entrarmos.

Mapa do Caminho - Dia 10

Data: 13/06/2007
Saída: La Paz, Bolívia
Chegada: Copacabana, Bolívia
Distância percorrida no dia: 156 km
Empresa de ônibus: sem informação
Duração da viagem: +- 3h
Tarifa: sem informação

5 comentários:

Anônimo disse...

que seca de blog!

Anônimo disse...

QUE PORCARIA ESTAVA A COMECAR A LER ESTE ENOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOORME TEXTO E... AAAHHH...FICEI CHEI DE SONO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!(RISOS)
E NEM SABEM ESCREVER E POLAVRA ANÓNIMO ESCREVEM ANôNIMO...!!!(MUITOS RISOS...)

Anônimo disse...

"NÃO ESTAVA BEM QUANDO ACORDEI"QUE SECA A 1 FRASE E SO DIZ CACA, QUEM QUER SE ESTÁVAS MAL OU BEM!!!!!!!

Anônimo disse...

3 FRASE- QUEM QUER SABER O QUE TOMASTE AO PEQUENO ALMOÇO!!!!!

Anônimo disse...

ÉS FEIO!

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