quarta-feira, março 23, 2011

TV UFG denuncia censura

A diretora da TV UFG, Rosana Borges, enviou Carta de Repúdio e artigo com o título "a praça censurada" à Rádio 730. Nestes documentos ela relata que a última sexta-feira (18) uma equipe da TV UFG teria sido vítima de "censura na Praça Cívica.

A equipe da TV foi impedida de fazer imagens na Praça Cívica, por integrantes do Gabinete Militar do Governo de Goiás.

Diz a Carta de Repúdio, assinada por ela, e enviada à Rádio 730:

"Contrariando a Carta Magna que rege nosso país, na tarde da última sexta-feira, dia 18 de março, uma equipe da TV UFG foi vitma de censura prévia na Praça Cívica, em Goiânia. Ao montar os equipamentos para iniciar uma gravação, a equipe, composta por jornalista, cinegrafista e auxiliar de cinegrafia, foi interceptada por um policial militar que solicitou autorização para filmagem no local. De pronto, a repórter informou que estava em uma praça pública e que, portanto, não precisaria de autorização. Insistindo na dita autorização, o PM intimidou a repórter e a encaminhou para uma sala do Gabinete Militar localizada dentro do Palácio Pedro Ludovico Teixeira. Quando a jornalista chegou na sala percebeu que estava sozinha em meio a vários outros policiais. Dentro do recinto, o policial que abordou a equipe questionou a formação profissional da repórter e afirmou que a mesma ainda era estudante.
Outro policial, que estava sentado em uma mesa, questionou sobre o conteúdo da matéria que estava sendo produzida, dizendo que precisava saber se a matéria estava "falando mal do governo". Mesmo explicando que era jornalista formada, contratada da TV UFG, que estava gravando em local público, com uma equipe e equipamentos identificados, a jornalista foi constrangida por policiais militares que insistiram em avisar que, para a TV UFG registrar imagens na Praça Cívica, é necessário informar sobre o conteúdo da gravação aos policiais e ainda solicitar a referida autorização, que não é concedida por meio de nenhum documento escrito, sendo apenas verbal, após a explicitação da pauta aos policiais do Gabinete Militar.
Após mostrar a pauta das entrevistas, que questionavam o goianiense sobre sua satisfação com o plano de saúde, a repórter foi autorizada a filmar na Praça Pública, digo, Censurada. Considerando que o local de gravação é uma praça pública, a sanção sofrida pela emissora parece não se tratar de apenas uma forma de intimidação, pois fere o Artigo 220 da Constituição Federal Brasileira, configurando numa tentativa de censura prévia. Não é a primeira vez que a TV UFG produz matérias na Praça Cívica e filma no mesmo local em que fez as entrevistas. No entanto, é a primeira vez que é solicitada esta autorização.
A denúncia foi protocolada na Corregedoria da Polícia Militar, que vai investigar os fatos e adotar os procedimentos administrativos cabíveis. No entanto, esses parecem ser insuficientes diante da gravidade dos acontecimentos, uma vez que se trata de uma tentativa de censura prévia e que, como dito, é uma prática não aceitável no atual momento histórico em que vivemos no Brasil".


* Notícia veiculada no Portal 730, com negritos feitos pelo autor do blog
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