segunda-feira, março 23, 2009

Colapso em Goiás

Há alguns meses eu viajava em um ônibus da viação São Luiz, de Goiânia a Campo Grande, quando, às 5 horas da matina, o motorista abriu a porta, falou alguma coisa e todos começaram a descer.

Havia acabado de acordar e ainda estava tonto, por isto não consegui perceber o que estava ocorrendo. Segui os outros passageiros, até porque queria esticar as pernas, e, ao descer do ônibus, dei de cara com uma balsa.

Explico a minha surpresa. Estávamos trafegando pela GO-206, entre Caçu e Itarumã, a principal ligação entre as capitais de Goiás e Mato Grosso do Sul. O que será que havia ocorrido para que este importante eixo viário do Centro-Oeste estivesse nestas condições?

- Caiu a ponte? - Perguntei ao motorista, logo depois de cruzar o Rio Corrente em um breu que lembrava os mais temerosos filmes de terror.

- Ixi, já tá é fazendo aniversário! - respondeu o homem desolado, com cara de que já vinha passando por aquela balsa todos os dias, há quase um ano.

Foi neste momento que me lembrei da notícia da quebra de uma barragem na região de Lagoa Santa, não muito longe dali, e que havia mesmo derrubado uma ponte. Isto fazia uns 10 meses.

Cinco meses depois desta viagem, hoje, nada de ponte, e a balsa ainda está a pleno vapor. Quase um ano e meio depois a população do sudoeste goiano, além das pessoas que transitam entre Goiânia e Campo Grande, sem falar nos caminhões que escoam a produção da região mais produtiva de Goiás, precisam pegar um atalho de terra e cruzar o rio via balsa, que, calculo, não tem mais que uns 20 metros.

Este é apenas um dos casos de descaso viário no Centro-Oeste, apontado pela matéria "Colapso da Infraestrutura", da Folha de São Paulo de domingo, 22, assinada pelo jornalista Agnaldo Brito. A imprensa goiana demorou, e a Folha deu a matéria com exclusividade. Leia o resumo, e veja fotos.

Foto: Balsa próxima a Itarumã. Crédito: Joel Silva / Folha de São Paulo
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