quinta-feira, junho 26, 2008

Compras em um dia tranquilo

Mesmo gostando muito de viajar, há uma hora que a melhor jornada é para a nossa própria casa. Psicologicamente, a viagem já havia terminado assim que chegamos a Lima e a nossa estada na capital peruana serviu mais como uns dias de descanso do que propriamente uma visita turística. Conhecemos bem Miraflores e as suas atrações, mas Lima é muito grande e sem dúvida deixamos vários lugares para visitar em uma próxima oportunidade.

Era o nosso último dia ‘inteiro’ no Peru. O rapaz do albergue conseguiu nos realocar em um outro pequeno albergue próximo dali, já que ele não havia mais vagas para aquela noite. O nosso novo local de habitação era situado numa rua bem tranqüila, a algumas quadras da av. Larco. Era um lugar bem familiar, com pessoas muito simpáticas. Os quartos eram limpos e o ambiente amistoso. Muito bom.

Almoçamos novamente no Media Naranja. A mulher que nos atendeu acho estranho que no dia anterior uma outra funcionária tinha nos informado que não havia feijão. “O nosso estoque é bem grande e nunca falta”, esclareceu. Aliviados, pudemos degustar novamente mais um PF, que se destacava pelo feijão preto bem cozido.

À tarde já começamos a nos preparar para ir embora. Precisava comprar algumas lembranças para trazer, então fomos a um supermercado lá mesmo em Miraflores. Peguei uma Inka Kola, uma cerveja Cusqueña e um litro de Pisco. Quando fomos passar no caixa, a mulher me questionou sobre uma coisa que não estava no meu escasso vocabulário de espanhol. Como viu que eu não lhe entendia, passou a apontar para a cerveja. Só depois de algum tempo tentando imaginar o que seria é que finalmente caiu à ficha – ela queria um vasilhame, pois a garrafa da Cusqueña era de vidro. Como, certamente, eu não possuía, voltei para dentro e troquei a garrafa por uma lata.

Ao chegar no albergue, lembrei que precisava ir atrás de uma camisa oficial da seleção peruana. Não iria embora feliz sem uma, e tinha, inclusive, encomendas de amigos do Brasil. Fui a uma loja de departamento gigantesca, mas não achei. O vendedor me avisou que a original eu só acharia na loja de esportes do Larcomar. Saí de lá e segui para o shopping. Depois de uma boa caminhada, desci as escadas rolantes e dei de cara com a loja.

Eu sei que era uma terça à tarde e que a maioria dos peruanos deveriam estar trabalhando, mas mesmo assim me assustei com a falta de consumidores. As vendedoras estavam todas reunidas no centro da loja, conversando entre si. Pareceu que a minha entrada foi o acontecimento do dia. Antecipei-me a elas e logo fui perguntando pela camisa da seleção. Uma delas, bem simpática me levou até o cabideiro, onde havia várias camisas alvi-rubras. Peguei três delas nas mãos, me virei e perguntei: “Aceitam cartão de crédito?”. “Sim”, me respondeu sorridente. “Ah, então vou levar estas aqui”, emendei.

Chequei de volta ao albergue no final da tarde. Logo que entrei percebi uma movimentação na sala de televisão e fui lá conferir. Era a estréia do Peru contra o Uruguai na Copa América 2007, disputada na Venezuela. Sentei-me junto aos outros hóspedes para assistir um pouco. Um peruano que trabalhava no albergue estava hipnotizado pela televisão, vibrando a cada lance do jogo. Em toda jogada, do Peru ou do Uruguai, ele não titubeava em soltar um “carajo”. De “carajo” em “carajo” o Peru ia em frente e conseguiu surpreendentemente golear a Celeste por três a zero. Foi emoção para o ano inteiro.

Nos arrumamos e saímos para jantar e aproveitar a noite, praticamente a última antes de voltarmos ao Brasil. Fomos até a famosa Calle de las Pizzas (Rua das Pizzas), uma viela com vários restaurantes e casas de shows. Antes de chegar lá, na rua, várias vans contornavam uma praça buzinando, com torcedores do Peru gritando e exibindo bandeiras para fora das janelas. Pois é, não é só no Brasil que futebol é levado a sério (rs).

Jantamos em um bom restaurante quase no final da rua e depois seguimos para um barzinho brasileiro (outro), bem em frente. Tão bom quanto a comida do Media Naranja foi a caipirinha daquele outro lugar que não me lembro o nome. Forte e doce, do jeito que eu gosto. Para ‘animar’ a freguesia, uma jovem peruana dançava o ‘tcham’. Surpreendi-me com o seu gingado, claro, sem comparações com as brasileiras.

Apesar do bom drink, lá não estava animado, então partimos para um lugar mais agitado. Vale lembrar que na Calle de las Pizzas você não passa desapercebido. Desde o segundo que você entra lá, até ir embora, vários garçons disputam a sua atenção e tentam empurrá-lo para o seu próprio estabelecimento. Entramos em um lugar que era meio danceteria (nós, goianos, chamamos de boate, mas pode haver confusão de acordo com outras ‘culturas’), meio bar. Sentamos em uma mesa e tomamos uns drinks. Pedi um ‘Machu Picchu’, mas não gostei muito. Muito pouco de álcool e muito de um suco vermelho esquisito e enjoativo. Depois de semanas com horário para tudo, foi bom sair para beber sem ter nada marcado para o dia seguinte. A não ser, é claro, o nosso vôo, mas que era só à noite.

Mapa do Caminho - Dia 23

Data: 26/06/2007
Cidade: Lima, Peru

Um comentário:

Rodrigo Alves disse...

Nossa! Já estou doido pra voltar pra casa de novo, hehehehe.

powered by Blogger | WordPress by Newwpthemes | Converted by BloggerTheme