quarta-feira, maio 13, 2009

Aventurações testa o Citybus

Já havia algum tempo que queria fazer o 'test-drive' na nova cria do transporte coletivo de Goiânia. Como todo bom goianiense, me assusto com o preço de R$4,50 do serviço e o valor sempre foi impedimento. Para que deixar de utilizar o meu carro e pegar um micro-ônibus se para mim não será financeiramente compensador?

Idéia
Acordei hoje às 08:50 da manhã e não tinha mais sono - para quem me conhece sabe que é um milagre -, quando resolvi levantar. Fui futricar um pouco na internet, ler jornais, ver as últimas, quando comecei pensar como iria a Assembléia Legislativa, já que acompanhar as votações do legislativo era o meu trabalho do dia.

Estava cansado de pagar R$6,50 de estacionamento, e não me passava pela cabeça atravessar a cidade até o jornal, então fiquei imaginando como chegaria ao parlamento. Na mesma hora pensei um pouquinho e resolvi: vou testar o novo city-bus.

Planejamento
A pauta estava lançada, mas precisava me preparar para aquela 'aventura'. Em primeiro lugar, abri um informativo que tenho aqui em casa sobre o serviço e chequei a rota. Quase desanimei quando vi que teria que ir até o Flamboyant para depois guinar ao centro. A curiosidade, porém, falou mais alto.

O informativo (quatro páginas standard de jornal) não indicava os pontos em que passavam as vans. Em se tratando das companhias de ônibus locais não é nada que foge do normal. Entrei então no site da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) para ver se conseguia maiores informações. Lá nem constava o novo serviço.

Acessei o Google Maps e, pelas avenidas do roteiro, tentei imaginar o trajeto dos citybuses. Como pegaria, primeiro, o 901, e ele passa na Av. Quarta Radial, acreditei que haveria um ponto na frente do Supermercado Marcos. Percebi também, que não teria que mudar de ponto lá no Flamboyant para pegar o 902, que liga o shopping à Praça do Avião.

Sitpass
Logo após o almoço, encarei a missão. Saí do meu prédio exatamente às 13:27, e comecei a caminhar tranquilamente rumo a Av. Quarta Radial. Como pegaria duas vans, e o informativo do Citybus foi bem claro ao comunicar que só teria direito de fazer a integração de uma van a outra quem usasse o famigerado sitpass, sai logo a sua procura.

Entrei na primeira loja que vi, uma papelaria, e perguntei se lá vendia o passe. O rapaz respondeu negativamente e, após uma nova questão da minha parte, me informou que vendiam em um guichê, em frente ao supermercado Marcos.

Atravessei a Av. Circular e encontrei logo o lugar. É uma daquelas cabines que vendem recarga e cartões de telefone. Tinha um garoto na minha frente, mas fiquei aliviado logo quando vi uma pilha de sitpass de duas viagens. Vale lembrar que por aqui é difícil de achá-los, daí a sua qualificação de 'famigerado'. Gastei sete minutos da porta do meu prédio à compra do passe.

SPL-Flamboyant
Atravessei a avenida e comecei a esperar no ponto. Como nunca tinha visto ninguém dentro dos citybuses me senti estranho. Fiquei imaginando como seria andar em um ônibus sem ninguém. Já fui esperando pelo pior, já que no informativo dizia que a espera máxima para aquela linha era de 20 minutos. Em Goiânia, quando dizem 20, na verdade, querem dizer 40.

Me surpreendi. Em quatro minutos (cronometrados), eis que surge a minha van fazendo a curva na Avenida Circular. Dei o sinal, ela parou e fiquei esperando a porta abrir. Ao subir os degraus, outra surpresa. O motorista virou a cabeça na minha direção e, antes de qualquer reação da minha parte, sorriu e disse: "Boa tarde!".

Era muito para mim. Andei anos e mais anos de ônibus minha vida e nunca um motorista me havia cumprimentado. Retribui a saudação e passei a catraca. Pensa que as surpresas acabaram? Claro que não. Havia uma passageira sentada no primeiro banco da van. Surpreendente!

Sentei um pouco mais atrás e verifiquei que não cabia no banco. Normal. Sou grande e nunca coube nestas vans. O banco, porém, era muito confortável. A limpeza estava impecável. A van cheirava novo - fiquei imaginando quantos passageiros aquele carro já havia transportado. Não eram muitos, com certeza.

Em nosso caminho até o shopping, percebi que o motorista não tinha pressa alguma. Pelo contrário. Andava calmamente e se preocupava em fazer as curvas sem 'jogar ninguém pela janela'. Depois de seis minutos desci no Flamboyant.

Flamboyant-Assembléia Legislativa
Quando vi que a van não pararia naquela plataforma gigantesca atrás do shopping, apertei o botãozinho de parada e segui para a porta de desembarque. Não apitou, parecia desligado, mas percebi que o motorista logo veria que eu estava querendo descer.

Não deu outra. "Ah, este botão não está funcionando. Você quer ficar aqui?", questionou. Com o meu positivo, ele parou imediatamente e eu desci. Achei estranho ele parar em qualquer lugar, mas, enfim, não discutiria. Mesmo porque o próximo ponto estava a uns 50 metros e eu poderia caminhar tranquilamente.

Chegando lá, confirmei com o vendedor de sitpass se era ali que eu pegaria a van para o centro. Me disse que sim e me informou que era a linha 902. Sentei no banco do ponto e comei a esperar. Em pouco tempo passaram-se alguns ônibus e umas duas vans. Novamente, em quatro minutos desde a minha chegada, não é que o citybus já estava diante de mim?

Entrei e, novamente, o motorista me cumprimentou. Já acostumado às gentilezas, retribuí e perguntei qual ponto eu desceria para ir à Assembléia. "Eu passo lá na frente", respondeu, dando a entender que ele pararia lá para mim descer. Agradeci novamente e sentei. Não sei se foi impressão minha, mas a poltrona desta van parecia um pouco maior.

O carro estava, novamente, impecável. O ar-condicionado mantinha uma temperatura agradável dentro da van, mas nada de frio. Parecia estar tudo perfeito. Saiu do shopping, foi até a Av. 90, passou pela Praça do Cruzeiro, contornou a Praça Cívica e rumou até a Alameda dos Buritis.

Como, desta vez, só tinha eu de passageiro, logo que chegou à Assembléia eu me posicionei na porta de saída e, sem falar mais nada, ele parou a van bem em frente ao parlamento. Desci e atravessei a rua tranquilamente. Foram 16 minutos do Flamboyant até a Assembléia Legislativa, passando por pontos críticos do trânsito goianiense. Às 14:10 estava dentro do prédio.

Conclusão
Me baseando nesta minha primeira experiência, aprovo os serviços do Citybus. Quando saí de casa pensei que estava entrando numa fria (e nem era pelo ar condicionado, rs), mas a viagem foi muito boa. A única ressalva é em relação ao preço. Continuo defendendo apenas 50% a mais da tarifa convencional, ao contrário dos 100%. O preço do citybus é mais caro que muito transporte coletivo eficiente da Europa.

Sugiro, então, R$2,00 para o ônibus e R$3,00 para o citybus. Seria uma tarifa mais decente. Sem esquecer, é claro, que o transporte convencional está sedento por melhorias. Não tenho dúvidas em afirmar que o nosso transporte coletivo é um dos piores do Brasil. Que tal algumas melhorias? Fica a sugestão para os 'barões do transporte' de Goiânia.

Foto: Divulgação - Prefeitura de Goiânia

4 comentários:

Ana disse...

Eu ainda não fiz essa 'aventura' . Mas fiquei curiosa em andar de citybus após o seu relato. Adorei o texto!

Erika disse...

Nossa, nunca pensei que andar de City Bus pudesse ser uma aventura...hehhee. Mas pelo menos vc teve um surpresa positiva. Eu so acho dificil a ideia desse tipo de transporte emplacar pq ninguem se anima a pagar muito caro por isso. Como eu descubro se tem uma linha que passa na porta da minha casa e me deixa em frente ao jornal?...rs.
Entao e isso. Espero nao ter lido nada errado, porque hoje fiz exame de vista e li tudo embaçado. Mas vc tava era elogiando mesmo, ne?...rs. E eu nao escrevi nada errado aqui nao, ne?...rs. Beijinhos

Maria Cristina disse...

onde eu pego ele na assembléia ?

Maria Cristina disse...

ihhh é sem acento!

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