quinta-feira, março 18, 2010

Ah, as mudanças!!

Mal comecei fazer alguma coisa de útil, depois de um tempo na vida mansa, e eis que já ganho umas férias. Como assim? A minha escola de inglês para uma semana a cada três meses, e eu comecei o curso bem perto da 'entre safra'. Enfim, acho que o destino quer mesmo que eu descanse (rsrs!!) e vamos fazendo isto, até mesmo porque algo me diz que a correria está para começar.

Mas o que isto tem a ver com mudanças, pergunta o leitor sensato? Nada. As mudanças já vieram, e agora o que tenho que fazer é dar prosseguimento a nova vida que elas proporcionaram. Vendo, lendo e ouvindo, porém, me deparo com vários amigos assustados com mudanças, então achei que o tema vem bem a calhar.

Eu morro de medo de mudar. Taí uma afirmação pra lá de verdadeira. O problema é que eu tenho mais medo ainda de ficar estagnado. Então, de vez enquando, eu preciso fazer algumas mudanças na minha vida. Se elas são certas ou erradas, não consigo saber antes de executá-las. Mesmo porque se soubesse, é claro, pegaria o caminho certo. O que posso fazer é apenas seguir a minha intuição e meu coração.

Por que é tão difícil mudar? Porque mudar é dar a cara a tapa. É desistir de uma rotina onde você conhece o caminho. É abandonar uma vida, ou um estilo de vida, que te conforta, já que você faz tudo no automático, e partir para o desconhecido. É trocar o consolidado pelo incerto, não importa o tipo de mudança.

Então por que mudar? Na grande maioria das vezes é porque aquilo que você faz, o estilo de vida que você leva ou o que você costuma fazer não te alegra mais. Por mais que você tente não há como esconder a vontade interna pela mudança.

É necessário mudar? Não sei, depende da pessoa. Tem pessoas que conseguem se resolver sem mudar. Outras que vivem o resto da vida amargas porque não mudaram. Neste caso, quase sempre, falta coragem. Já que mudar é se expor, é entrar em um túnel escuro, é fazer algo que você não sabe onde vai dar, é não saber o que as pessoas vão falar, é não prever onde você estará daqui há alguns dias, meses ou anos, não são todas as pessoas que conseguem pegar outro caminho.

No meu caso, deixei a confortável vida que levava na casa dos meus pais, empregado, fazendo o que queria, na área em que queria, para uma 'aventura' em outro continente. Dúvidas? Milhares. Medos? Um monte. Riscos? Muitos. Garantias? Nenhuma. Parece até uma loucura colocando as coisas deste modo. Mas, às vezes, você percebe que não será completamente feliz se não fizer uma mudança na sua vida. E quando isto acontece eu prefiro mudar do que envelhecer sem saber como teria sido.

Não é fácil. Você ter que lidar com tudo novo, nova vida, novas atitudes e novas pessoas. Ainda vivendo aterrorizado com que as pessoas vão falar se as coisas não derem certo. Ou o que vão falar se derem certo. No caminho muitas dúvidas e incertezas. Vontade de voltar atrás, algumas vezes.

Uma coisa posso dizer: já ralei muito (e vou ralar ainda mais) devido a minha decisão de mudar de país e de vida. Mas mudar é sempre abrir mão de algo em troca de outra coisa maior. Ou seja, se a gente rala, também há o lado positivo. Este compensa tudo. E se no fim nada der certo, pelo menos vou poder sentar na mesa de um bar com os amigos, sem qualquer tipo de amargura, mas feliz, com um copo de cerveja na mão, e contar diversas vezes a história que as mudanças proporcionaram na minha vida. E, discontraído, pelo menos, vou sempre poder dizer: - eu tentei!

7 comentários:

Lian Tai disse...

Muito corajoso, você! Qualquer dia também coloco meu mochilão nas costas e vou aí te encontrar!

Maria Cristina disse...

Ah, Du, lembra que você me disse que na pior das hipóteses temos nossa casa para voltar? E nem é uma hipótese tão mal assim né?! Eu tenho certeza que vai dar tudo certo aí pra vc! bjooss

Erika Lettry disse...

Eduardo, eu acho que já deu certo. O que conta, pelo menos na minha opinião, é essa experiência de vida importantíssima que vc está vivendo. O bom mesmo é ter histórias para contar. Beijos

Fellipe Fernandes disse...

ah... como entendo bem suas palavras! e concordo plenamente com o que você disse pra cumadre.
a nosso estilo mudança, já que ambos decidimos mudar de país, relativizando o conceito, é aos olhos de muita gente radical e, talvez por isso, parece às essas pessoas um paradigma a seguir quando se trata de mudar, porque é palpável e visível. Mas muitas vezes esquecemos que as trasformações, sem considerar níveis de importância, podem ocorrer debaixo do nosso nariz, indepenedentemente se estamos na Inglaterra, na Espanha ou em Campinas, Goiânia ou Goianésia. São essas mudanças que acho mais difícil de reconhecer e, quem sabe, até mesmo de lidar com elas.
Todavia, se temos uma vantagem proporcionada pelo "radicalismo" de nossa mudança, é que ela nos permite, de um ponto de vista mais distante, enxergar coisas que talvez demoraríamos mais para perceber, não é?
abraços!!

Fellipe Fernandes disse...

jesus... eu deveria ter revisado o comentário.. quantos erros! que vergooooonha! hahahah

Hebert Regis disse...

As principais mudanças são aquelas que fazemos internamente, tentando girar em nosso mundo. Eu quero está bem aqui e agora, e não depender de mudar fisicamente para isto. Uma mudança espacial nos obriga a pensar sem querer em questões mais profundas, e que vc se obriga a resolver, o que talvez o cotidiano naturaliza, e nos deixe cegos, sem perceber o que está em volta.A questão é: o problema é com você, ou no que está à sua volta?

Rodrigo Alves disse...

Acho que antes de tudo, o que mais amedronta, é estagnar no tempo (não importa onde vc está) e assim começar o processo com que todos um dia iremos nos defrontar: morrer. Para não começar a morrer, temos que está constantemente mudando. Eu, particularmente, também enjoo de mim mesmo quando começo a perceber que estou começando a ficar o mesmo. Aí, nem eu me suporto e aí corro atrás das mundanças. Vá em frente, vc está indo muito bem.

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