segunda-feira, agosto 28, 2006

A Avenida Paulista

“Um dia eu ainda irei morar perto da Av. Paulista”

Esta frase ilustra bem a minha última visita a São Paulo. Desta vez resolvi trocar o Arouche pela Consolação. Se a tática não foi boa no quesito superstição, pelo menos me deixou em contato com o esplendor da avenida mais famosa do Brasil.

Acordar de manhã, sair de casa, andar alguns metros e cruzar a esquina pode ser algo comum para muitas pessoas. Uma ação que cai na rotina e dificilmente é realizada com consciência. Mas naquele pequeno pedaço da maior metrópole do Brasil é difícil não pensar na emoção que emergirá no nosso coração ao dobrar a Consolação e ingressar na Avenida Paulista.

Aquele mar de pessoas indo e vindo, arranha-céus que parecem infinitos tanto vertical como horizontalmente, prédios históricos como o Masp, a Fiesp, o consulado italiano, bancos, shoppings, igrejas centenárias, monumentos, museus..... Isto sem falar dos carros que trafegam diariamente, 24 por dia. Quando os sinaleiros suspendem o tráfego na avenida, é como se o país também parasse naqueles poucos segundos em que os pedestres estão permitidos a cometerem a ousadia de cruzar o seu asfalto selvagem.

Andar, observar e ouvir pela Avenida Paulista foi a minha diversão nesta última passada por São Paulo. Principalmente, observá-la a noite, cheia de luzes e esplendor. E como fazia frio. Pena que a minha última lembrança foi uma Paulista sem graça, encoberta por uma névoa típica das 5:45 da manhã. Mas, pensando bem, até neste ponto ela fica interessante. Pois encobrir o topo dos prédios atiça nossa imaginação para que acreditemos realmente que eles não tenham fim. Um verdadeiro reino encantado de pedras.

segunda-feira, agosto 14, 2006

São Paulo, a cidade dos preconceitos

- Ei moço, quanto custa uma corrida até o Arouche?

No mesmo instante que a pergunta era feita, um inevitável sorrisinho sarcástico era proferido pela face do taxista. Assim ocorria toda vez que precisávamos de uma condução mais segura para o nosso hotel, localizado no centro da capital paulista.

A nossa sorte foi que logo viríamos a descobrir o porquê daquela cena se repetir. O Largo do Arouche é o centro do homossexualismo de São Paulo. E olha que isto não é apenas a “fama” do bairro – as redondezas do Arouche e da praça da República é um local assumidamente gay, e chega ao ponto de algumas casas e estabelecimentos usarem a bandeira do arco-íris no lado de fora.

O curioso é que aquele fato nos rendeu boas risadas em toda a nossa viagem. Começamos a testar os motoristas de táxis que nos guiava pela metrópole:

- Moço, é verdade que o Arouche é, o senhor sabe.....?

- Olha, aquele região só tem gay.....

Era só eles confirmarem para a gente cair na gargalhada. Mesmo porque se a vizinhança não era totalmente agradável, também não nos causava problema. A nossa maior preocupação era pela outra característica da região.

- As pessoas que andam pelo Arouche e pela República não prestam. Se eu ficasse ali o dia inteiro, o dia inteiro eu ficaria prendendo bandidos que assaltam no Largo do Arouche. Tem assalto o dia todo, naquela região.

Esta confirmação quem nos deu foi um policial da guarda municipal. Graças a DEUS não nos deparamos com nenhum problema desta natureza. Apesar das expressões fechadas e individualistas das pessoas que passavam por ali, aquela região não me pareceu, ora nenhuma, perigosa a ponto de haver crimes o dia inteiro.

O que vi por lá era vários mendigos. E por falar nisso, como tem mendigos em São Paulo. Se você der apenas um centavo para cada pessoa que te pedir dinheiro, no fim do mês pode ter certeza de que perdeu uma soma considerável. O pedinte que mais ficou na memória foi, surpreendentemente, o único que contribui com alguma coisa. Foram os R$0,50 que mais me arrependi de ter dado a alguém. Isto porque ele não ficou contente, veio atrás de nós e ainda me xingou pelas costas. Fazer o que?

Mas o que mais marcou nos quatro dias em que ficamos na região central de São Paulo foi a diversidade do povo e a segregação das diferenças. São Paulo é uma cidade de guetos. Além dos homossexuais, por ali havia guetos de nigerianos e de bolivianos. Apesar da grande metrópole ser, talvez, a cidade mais heterogênea do país, o preconceito é algo embutido nas pessoas.

- Vocês deviam ter ficado em outro lugar, por aqui não há nada que preste – disse um motorista de táxi.

A gente se divertia bastante naquela situação. A viagem não teria o mesmo valor sem notar as contradições daquele mini-universo que possui, ao mesmo tempo, pessoas que se juntam para terem forças a fim de lutar contra o preconceito, e de outras que não querem, nem mortas, passarem perto. E, no Arouche, nós éramos apenas testemunhas daquele processo. Na realidade, para nós o lugar significava apenas uma melhor localização e, assim, um menor valor na hora de pagar o táxi.

- Moço, vamos até a Vila Madalena, faz a corrida por R$20,00?

- Não dá, só por R$30,00!

- Mas um outro cara ontem fez para a gente por R$20,00. Faz por pelo menos R$25,00?

- Tudo bem, entra aí!

quinta-feira, agosto 10, 2006

Sampa em Imagens

*Eu e São Paulo



*Eu e Hebert na Torre



*Eu, Hebert e Polly na festa da Nossa Senhora de Achiropita no Bixiga



*Polly, Francila e Hebert no nosso quarto

quarta-feira, agosto 09, 2006

Simplesmente São Paulo

Foi tão bom que é duro voltar à realidade. São Paulo é realmente uma cidade magnífica que alimenta os sonhos de todos que visitam sua grandeza e que sonham ir além do Paranaíba.

Isto porque São Paulo é uma cidade sem limites. Tudo o que você imagina é possível encontrar por lá. Por mais que você ande dificilmente chegará até o final.

A grande metrópole enfeitiça os seus visitantes que passam por suas ruas cheias de arranha-céus e placas indicando que a realização de um sonho é logo ali.

Até mesmo as gafes de um grupo de pessoas que vêm de fora são totalmente perdoáveis e motivos de risos e brincadeiras. São Paulo parece se divertir com os estrangeiros que se perdem por seus labirintos de pedras.

Lá é um local de desafios. Você não consegue chegar ao “baú do tesouro” sem ter que se arrisca e encarar os obstáculos. Em São Paulo você está sempre muito exposto, mesmo que seja apenas mais um na multidão.

É difícil explicar todos os sentimentos e todas as sensações de visitar uma cidade como São Paulo. Só agradeço a DEUS os quatro dias passados entre 20 milhões de almas que batalham todos os dias para vencer naquela apaixonante cidade.

Cidade não, um país, independente de tudo e de todos.....
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