“Um dia eu ainda irei morar perto da Av. Paulista”
Esta frase ilustra bem a minha última visita a São Paulo. Desta vez resolvi trocar o Arouche pela Consolação. Se a tática não foi boa no quesito superstição, pelo menos me deixou em contato com o esplendor da avenida mais famosa do Brasil.
Acordar de manhã, sair de casa, andar alguns metros e cruzar a esquina pode ser algo comum para muitas pessoas. Uma ação que cai na rotina e dificilmente é realizada com consciência. Mas naquele pequeno pedaço da maior metrópole do Brasil é difícil não pensar na emoção que emergirá no nosso coração ao dobrar a Consolação e ingressar na Avenida Paulista.
Aquele mar de pessoas indo e vindo, arranha-céus que parecem infinitos tanto vertical como horizontalmente, prédios históricos como o Masp, a Fiesp, o consulado italiano, bancos, shoppings, igrejas centenárias, monumentos, museus..... Isto sem falar dos carros que trafegam diariamente, 24 por dia. Quando os sinaleiros suspendem o tráfego na avenida, é como se o país também parasse naqueles poucos segundos em que os pedestres estão permitidos a cometerem a ousadia de cruzar o seu asfalto selvagem.
Andar, observar e ouvir pela Avenida Paulista foi a minha diversão nesta última passada por São Paulo. Principalmente, observá-la a noite, cheia de luzes e esplendor. E como fazia frio. Pena que a minha última lembrança foi uma Paulista sem graça, encoberta por uma névoa típica das 5:45 da manhã. Mas, pensando bem, até neste ponto ela fica interessante. Pois encobrir o topo dos prédios atiça nossa imaginação para que acreditemos realmente que eles não tenham fim. Um verdadeiro reino encantado de pedras.
Livro: biografia de Belchior no Beirute da Asa Sul
Há uma semana






