Quero aproveitar o pouco tempo livre que terei nas próximas
semanas para escrever um pouco sobre a região de Nova Iorque, Filadélfia e
Washington, onde passei 15 dias no último mês. Meu objetivo é, além de
registrar algumas informações que com o tempo posso perder em minha mente,
ajudar outras pessoas que estão preparando um roteiro independente para estas
cidades. Eu mesmo me utilizei de informações postadas em outros blogs durante a
viagem, o que me ajudou muito em várias partes da peleja.
O primeiro assunto é a companhia aérea. Há muitas formas de
escolher a empresa em que voar – qualidade de serviços, experiências passadas,
segurança, educação dos funcionários e etc... O principal fator que pesou na
minha escolha, porém, foi o preço. Há cerca de seis meses antes da data
pretendida, comecei a peregrinar diariamente pelos sites de viagem, caçando os
melhores preços. Eis que acabei comprando um bilhete promocional da Delta
Airlines.
Sobrevoando a Carolina do Norte |
A principal virtude da Delta Airlines foi a atenção de seus
funcionários para com os passageiros. Apenas um deles foi rude comigo (em
Brasília, na hora do check in). Todos os outros, tanto no Brasil, quanto nos
EUA, foram bastante atenciosos e resolveram todos os problemas que tive durante
a minha viagem.
Saí de Goiânia em um avião da Gol – companhia brasileira que
tem convênio com a Delta para os voos domésticos no Brasil – e fui a Brasília,
voo de 20 minutos de duração. Como houve um atraso no voo que havia deixado os
EUA um dia antes, o meu voo de Brasília a Atlanta atrasou cerca de duas horas
do horário previsto. Durante o check in, um passageiro perguntou o porquê do
atraso, e o funcionário da Delta jogou limpo: “Houve um atraso nos EUA, e o
avião que era para chegar aqui às 9 horas da manhã chegou ao meio-dia. A
tripulação tem, por lei, o período de 12 horas para descansar antes de outro
voo desta distância. Então acaba atrasando o voo seguinte”.
Uma coisa que achei bem legal foi que eles me avisaram do
atraso por e-mail. Fiquei sabendo que passaria duas horas a mais de molho, em
Brasília, antes mesmo de sair de Goiânia. Ninguém gosta de atrasos, mas quando
você nota uma preocupação em informar que ele vai ocorrer é mais, digamos,
digerível.
Lanche servido no trecho entre Nova Iorque e Atlanta |
O avião que normalmente faz a rota de Brasília a Atlanta é
um Boieng, com a configuração 3-3, como os aviões que fazem os voos domésticos
no Brasil. A diferença é que ele é mais longo, com mais espaço para
passageiros. Acredito que como o meu voo foi em um feriado prolongado (15 de
novembro), houve uma maior venda de passagens e, de última hora, eles colocaram
um avião maior. Também era Boieng, mas com a configuração 2-3-2.
Esta aeronave parecia ser nova por fora, mas por dentro
notava-se que era bem antiga. Não havia entretenimento individual, nem mesmo
aquelas entradas de ar que ficam em cima e que a gente pode regular da maneira
que quiser. O mais engraçado é que um comissário anunciou que o ar condicionado
não estava muito forte e que era para as pessoas ajustarem nas saídas
individuais. Logo em seguida, todo mundo ficou procurando, mas elas não
existiam. Um rapaz atrás de mim me perguntou em inglês: “Você está vendo alguma
saída de ar por aqui?”.
A parte boa do voo foi a comida. Muito boa, em qualidade e
quantidade. As opções foram aquelas de sempre – carne, frango e massa. Acompanhava
também, além da salada, um pão com polenguinho e a sobremesa. No café da manhã
havia um pão com queijo e champignons (maravilhoso), junto com iogurte e pãozinho.
Todas as refeições tiveram bebidas quentes, no café da manhã, e frias, na
janta.
O grande problema deste voo foi a falta do que fazer. Como
não havia entretenimento individual, eles passaram vários filmes em uma tela
grande na frente do avião. Da minha posição, porém, era muito difícil
visualizar. Além disso, a luminosidade da tela atrapalhava o sono. Havia
algumas rádios disponíveis para ouvir com os fones que eles distribuíram, mas
logo enjoei daquilo. Outra coisa que achei ruim foi a demora ao servir o café
da manhã. Já estávamos em processo de pouso quando veio a comida, o que não foi
agradável.
Rota do avião: saída de Nova Iorque até a cidade de Atlanta |
O voo entre Atlanta e Nova Iorque foi tranquilo. Nos serviram
refrigerantes e petiscos, mas havia outras opções de comida para a compra. O
avião era na configuração 3-3, mas como não havia ninguém do meu lado eu viajei
tranquilo. O pouso em La Guardia foi fantástico, com direito a tour aéreo pela
cidade. Também não houve entretenimento neste voo.
Na volta, ocorreu algo interessante. Viajei no mesmo avião
nos dois trechos (de Nova Iorque a Atlanta e de Atlanta a Brasília). Era um
Boieng 3-3, mas que tinha entretenimento individual para cada passageiro, com
televisão, jogos e o famoso mapinha para a gente acompanhar o voo. Eu logo me
concentrei em um jogo de trivia, onde competia com outros passageiros.
No trecho entre Atlanta e Brasília, tive uma sorte grande –
o voo estava quase lotado, mas ninguém ocupou o assento ao meu lado. Assim,
ficamos eu (janela) e uma senhora (corredor) bem à vontade, com direito a
esticar os pés. Se houvesse outra pessoa ali, no entanto, as oito horas de voo seriam,
certamente, bem desconfortáveis.
No geral eu gostei muito de viajar com a Delta, apesar dos
pontos negativos citados. Foi positivo, principalmente devido a um problema de
bagagem que tive na ida, entre Atlanta e Nova Iorque. Já que este post está
longo, deixo para contar em um próxima oportunidade, junto com algumas outras
histórias de voo. Até breve!!